31.12.10

Manitexto

este Manitexto aparece sempre em primeiro lugar, independentemente das actualizações que o blog possa ter

1. Este blog é meu.
2. Apeteceu-me fazê-lo, e por isso pu-lo online; quando me apetecer, desactivo-o.
3. Este blog não é nem de direita nem de esquerda, nem masculino nem feminino, nem branco nem de outra cor, nem gay nem hetero, nem racista nem tolerante, nem fundamentalista nem pluralista, nem se revê com qualquer posição ou grupo, associação ou religião.
4. Já me disseram que é ordinário, que é de mau gosto, que é excepcional, e que é das coisas mais fixes que apareceu; e um amigo até disse que é "peculiar". As opiniões variam consoante a sensibilidade dos seus autores, como é lógico, saudável e previsível.
5. Como cada pessoa tem direito a expressar a sua opinião livremente, registo as opiniões mas não mudo; eu sou eu e não sou os outros.
6. Este blog não passa duma brincadeira, onde vou colocando textos (mais ou menos) non-sense, surgidos em momentos de (mais ou menos) boa disposição, e não pretende atingir ninguém em geral e muito menos alguém em particular.
7. Por isso, continuarei a por o que me apetecer, quando me apetecer, e como me apetecer.
8. TAH?
9. Se gostas és bem vindo. Podes ler, e dizer aos teus amigos pa dizerem aos amigos deles pa dizerem aos amigos deles...
10. Se não gostas és bem vindo também.
11. E obrigado pelos comentários e pelas críticas. Construtivas ou não.

22.11.09

Kromus da net xii

"a melhor maneira de renascer como homem é voltar ao Porto"

dizia o outro da neve "mas as crianças, sinhore?..." digo eu agora acerca destes ditos: mas pra que raio se perdeu tempo a fazer gaj@s dest@s?! mas que andaram a fazer na escola? será que nunca aprenderam nada na vidinha del@s, pra conseguirem mandar bacoradas deste tamanho?!...
renascer como homem?... o que é isso, renascer como homem? será que quem diz isso alguma vez nasceu sequer? tou em crer que não nasceu: foi inventado.
aliás, a enormidade é tal, que não é cromo, nem caderneta, nem poster: só mesmo um OUTDOOR pra conseguir mandar bacoradas deste calibre.
o que tem o Porto a mais (ou a menos) que os outros lugares? cabeças de vento? no Cabo Mondego há-as com fartura: vento lá não falta e cabeças de sardinha são aos pontapés!
cabeça, mas cabeça a sério é o que não tem @ autor@ de tal dito.

aliás, tou em crer que nos outros locais est@ deve renascer (?!) como a mulher que quer ser…

7.10.09

Kromus da net xi

"a vida é a gente rir dela, antes que ela se ria de nós"

como é que é?... vamos lá a ver se entendi: "a vida é a gente rir-se dela"??? a vida é a gente rir-se dela!!! a vida é isso? se é isso pra que raio me vou rir? se a vida é a gente rir-se dela, que andamos nós aqui a fazer? a rir uns para os outros? e nos dias em que as coisas da vida não nos deixam rir, já não é vida?... ora esta, quem diria?! deve ser por isso que a vida não me dá vontade de rir: o que me dá vontade mesmo, mas mesmo à séria, é de viver!
e o remate final, é de mestre: "antes que ela se ria de nós". é um poeta, o autor de tal dito. sim porque isto da vida se rir de nós só tem paralelo nas prosopopeias dos famosos que, rareando os conceitos, usam o que é inerente aos viventes para ilustrar o que às coisas diz respeito. assim apanhados desprevenidos, ainda damos com algum porco a cagar-se pra nós, ou uma galinha a esgravatar-nos nos olhos, procurando ali a solução para a velha questão tão oportuna quanto importante para a vida de todos nós: "o que é primeiro: o ovo, ou a galinha"?

mas uma só coisa dou como certa: pra se sair com estes dislates, este homem só pode ser um cómico a quem falta audiência pra fazer rir!

14.8.09

Kromus da net x

"estes gajos gostam muito de por um gajo a escrever fonix"

eh pá, isso é tramado, pá! obrigar um gajo a escrever fonix, não lembra a ninguém!
eu cá, em vez de fonix escrevia phonix: sempre dá um ar retro, e um eivo de coltura...
sim, porque isto de obrigar um gajo a escrever fonix nem na escola primária agora já se faz! é que um gajo nem é obrigado a fazer nada, quanto mais a escrever fonix!...
pelo caminho que isto leva, um dia destes ainda obrigam um gajo a escrever "chiça", ou "catano", ou "puta que pariu estes gajos mais as merdas que por aqui escrevem"...
ó moço, se não queres escrever fonix, porque não escreves algo que seja genuínamente português?... tens muitas opções, a começar na "merda" (em que anda tudo), passando pela porra (em que nos vemos metidos) e acabando no caralho (que alebeia dizer), as opções são mais que muitas. são muitérrimas!
mas fonix, isso não se obriga um gajo a dizer, nem que o esfolem!

em vez de dizer fonix, se fosse antes ter umas aulitas de português, talvez que deixasse de haver "gajos" que obrigam a dizer "fonix", não será?!

12.8.09

Kromus da net ix

"as pessoas que me tocaram o corpo nao me tocaram a alma, e as que me tocaram a alma nao me tocaram o corpo"

han? o quê?...
o que é que disse??? terei percebido bem?!...
tocar o corpo, eu entendo mas... "a alma"??? tocaram-lhe a alma com quê? com uma vara?
é como a horrenda versão (pseudo-portuguesa) da cantiga inglesa dos parabéns: "cantam as nossas almas". são tão lindas, as almas, a cantar. isto é, seriam, se alguém as tivesse visto — o que eu duvido muito seriamente!
tocam as almas, cantam as almas, já só falta trazer para cá as almas penadas (que quando eu era miúdo e estava sentado na lareira da aldeia, a olhar para cima, também se viam as "almas penadas": os chouriços, as morcelas e outros enchidos, a curar no fumeiro, esperando pacientemente a hora de estarem prontas para a degustação. essas sim, verdadeiras almas penadas, tadinhas, de futuro incerto e mais que certo pla goela abaixo de um qualquer gourmet de trazer por casa).
será que quem escreve que lhe andam a tocar na alma, já tem o corpo a fazer enchidos?
enfim... um sem fim de questões que se colocam, a quem se der ao trabalho de pensar, de cada vez que se depara com tais fraseados; mas que quem os escreve não pensa de certeza!

mas duma coisa eu tenho a certeza: em quem diz tais coisas, nem com um pau eu quero tocar! imaginem se toco num corpo cuja alma fica com ciúmes de não ser tocada?! c'a ganda cú de boi!!!

11.8.09

Kromus da net viii

"amanhã será outro dia!"

a sério?! e eu a pensar que a vida inteira era um suceder incessante do mesmo dia!... as coisas que a gente aprende quando estamos online. e não é só a ler os artigos da wikipédia: é nas conversas pejadas de lugares comuns e frases feitas que as moralidades e demais asneirada fazem as suas aparições mais surpreendentes...
enfim, é a vida... ou, como diria o "outro": sic transit gloria mundi...
quem diz estas coisas nunca terá ouvido falar em redundâncias, pleonasmos, ou tautologias?
oh língua portuguesa!!! do que precisas não é de acordos ortográficos, é de aulas verdadeiras, por verdadeiros professores!

e se amanhã não fosse outro dia, como se chamaria?...

7.8.09

Kromus da net vii

"porque a vida nao acaba sozinha..."

pois tá claro que não. a vida é uma coisa muita complicada! é que nem começou sozinha e nem acaba sozinha: precisa sempre de um "empurrãozito".
mas de facto são poucos (muito poucos, diria mesmo que são praticamente inexistentes) os que se apercebem da verdade profundérrima que a afirmação encerra!
já agora, como preferirá o autor de tal aforismo acabar com a vida? será que tá a pensar em acabar com ela toda ao mesmo tempo (tipo catástrofe nuclear, choque de planetas, ou coisa do género), ou irá levar a cabo tal empreendimento a pouco e pouco?...
falará de si? estará a pensar em suicídio? não sei porquê, mas tou em crer que é disso que se trata: está à espera de um incentivo, além da gripe dos porcos...

se quer mesmo acabar, eu ajudo: nada como extinguir um espécime que se pensa único, mas que afinal não passa de uma "ave-rara"!!!

6.8.09

Kromus da net vi

"sou um ser mto simples"

pois, imagino que sim... porque hé de tudo em todo o lado: seres simples, seres complicados, seres "simple-minded", seres complexos, seres autosuficientes, seres parasitas.
os mais simples são mesmo os desta última categoria: os parasitas. exemplos? nem seria necessário, que é por demais evidente: as bactérias e os vírus; os vírus, então, são tão parasitas, que só existem porque parasitam o dna de outros seres, os complexos. e coisas mais simples não há!
não confundir complexos com complexados: os complexos são seres autónomos; os complexados são outra espécie de parasitas. mas isso é outra conversa.
ser "um ser mto simples" é assim uma coisa que reúne os conceitos de simples, "simple-minded", parasita e complicado...
mas os que dizem tais coisas de si mesmos são mesmo tão simples que a coisa mais evoluída que atingem ser anda aí plo género amiba: a única coisa que fazem é provocar diarreia em quem contacta com eles!

se é um ser muito simples, que raio anda aqui a fazer?! espere para evoluir um pouco até deixar de escrever tais barbaridades!...

4.8.09

Kromus da net v

"let's be in love and then make cookies"

boa malha! nunca havia pensado nisso...
mas depois de encontrar esta pérola da literatura internética, tudo faz pleno sentido! é que só posso concordar perfeita e completamente: que mais se pode fazer quando se está apaixonado, a não ser bolachas?!... e quando mais se podem fazer bolachas, a não ser quando se está apaixonado...?

esta coltura popularusca ensina-nos coisas que a gente nem fazia a mínima ideia que iria algum dia aprender! a bem na nação.

3.8.09

Kromus da net iv

"OBRIGADO MEU DEUS POR COLOCAR PESSOAS MARAVILHOSAS NO MEU CAMINHO."

Ele há por aí gente que teima em passar e ultrapassar as regras da "netiqueta". Começa pela escrita em maiúsculas: pobres deles, a quem nunca ninguém lhes ensinou que ESCREVER EM MAIÚSCULAS é sinónimo de gritar. Mas gritar, porquê? gritar pra quê?! alguém lhes está a fazer mal? se sim, não andem na net (a não ser que sejam masoquistas); se não, devem ter um qualquer complexo de inferioridade, e necessitam de BERRAR pra ver se chamam a atenção de alguém.
E depois, vem o "teor" da mensagem. Mas sobre isso nem me pronuncio: pra quê falar, diante da profundidade latente na espiritualidade subjacente?...

Resta-me, pois, apenas, acrescentar: "Ele está no meio de nós!"

24.7.09

Kromus da net iii

"Rapaz nos 40's"

balha-me deuze-ze-ze-ze... mas num habia nexexidade!
um rapaz nos córenta, num é um rapaze-ze-ze! ele é um menino!
ó gente, deixem-xe de querer crexer antes do tempo!
bós tendez-ez-ez tantus anús pela frente, pra que quereize-ze-ze tudu duma vez xó?!... crecei, meuze-ze-ze filhoze-ze-ze. crexei e multipelicai-boze-ze-ze, que é axim que debeize-ze-ze fazer as coisaze-ze-ze.
e lembrai-boze-ze-ze de que a burdadeira idade num é a do virlete de identidade: é a que ixtá dentro de bóze-ze-ze!

rapaz nos 40's??? mais de 30 é cota, ó adolescentes retardados!

Kromus da net ii

"quem vier, que venha por bem"

Por ventura há alguém que venha por mal? quando muito podem vir mal; mas nesse caso levam-se ao hospital pra não nos vomitarem no hall da casa...
eu cá, recuso-me a aceitar que alguém venha por mal. quanto a vir mal, isso já depende da maneira como tiverem feito a viagem! sim, que já houve gente que me chegou cá a casa toda de esguelha por ter vindo em má posição pelo caminho (é, assim como os nascituros que não mudam de posição antes das não-sei-quantas semanas e depois ficam em má posição pra nascer)... mas isso é por culpa deles!
voltando à "vaca fria": ó sinhore, mas pruque é que esta genti se põe a escraber cando num sabi?... atão num era milhóre ficar calado dica dezer asneiras?!

quem vier que venha por bem?!... mal por mal, não venha: deixe-se estar onde está.

Kromus da net i

"Amigo do seu amigo"

que raio de maneira de se descrever a si próprio... "amigo do seu amigo"?!... se não for amigo do seu amigo, é amigo de quem? do seu inimigo? do amigo do outro? ou será que é amigo do alheio?!...

decididamente, prefiro ser inimigo de quem diz tais coisas!

Kromus da net - the begining

Nas minhas deambulações internéticas deparo-me por vezes com algumas afirmações que os internautas fazem de si mesmos que tocam as raias da incoerência (para não dizer da insanidade)...
Verdadeiras peças de arte genuína, dignas de serem guardadas em lugar próprio, quais cromos na caderneta.
Para que não se percam, soterrados pelo entulho resultante do "copy/paste/overwriting/delete", aqui vou deixando alguns (os que consigo reter) dos inúmeros exemplos dessa eterna arte que é o "asnear"!

21.12.08

desafios? ó desafios! venham eles! quantos são? quantos são?...

Eu que nunca digo que não a um desafio, desta vez aproveitaram-se de mim, da minha ingenuidade, da minha inocência, pra tirar vantagem!...
oh, meus amigos, isso naum se faz!
uma pessoua que tem andado tão afastado da bloguisse, e agora ver-se a braços com esta coisa!!! buáááá!!!

o desafio é:
1• colocar uma foto do próprio [ah, pois, e mais nada? isto é um blog, não a galeria dos horrores!!! já lá pus uma do Brandon Flowers (The Killers)]
2• escolher um artista/banda favorita [e eu lá tenho coisas dessas?!...]
3• responder às questões com títulos de músicas desse artista/banda [esta é a parte mais fácil]
4• lançar o mesmo desafio a 5 (cinco!) bloguistas (blog-owners) [e pronto, quando os conseguir encontrar, lá vou eu perder os últimos amigos que me restam...]



Banda, artista favorito e afins:
Favoritismos exclusivistas? nah! com tanta coisa boa por aí, e ia escolher unzinho e deixar os outros? nem pensar! é assim: eu cá gosto de música, mas... depende. depende. de quê? de muitas coisas: disposição, estado do tempo, lugar, circunstância...

És homem ou mulher?
Homem com H, [Ney Matogrosso]

Descreve-te.
I'm So Happy that I Can't Stop Crying, [Sting]

O que pensam as pessoas de ti?
Bohemian Like You [The Dandy Warhols]

Como descreves o teu último relacionamento?
The Story [Brandi Carlile]

Descreve o estado actual da tua relação.
By My Side [INXS]

Onde estarias agora?
Comfortably Numb [U2]

O que pensas a respeito do amor?
God Is In The House [Nick Cave and the Bad Seeds]

Como é a tua vida?
Riders On The Storm [The Doors]

O que pedirias se só pudesses ter um desejo?
Sing a Song for Me [Radiohead]

Escreve uma frase sábia.
Don't Give Up [Peter Gabriel]


E pra terminar, as 5 (cinco!) doridas, sofridas, vítimas vão ser:
1= A verdadeira estoria de nada
2=
3=
4=
5=
[ok, eu vou pondo à medida que os for encontrando!]

"The Killers" on their best!

Um espectáculo multimédia. pra kem não sabe o k é, veja o vídeo!




...and i'm on my knees looking for the answer: are we human, or are we dancer?

20.10.06

Pançês 18

23• A retroactividade é um fenómeno admirável; diria mais: é o motor de toda a vida política e social do nosso país! Se não, vejamos: aumentam-se os preços da gasolina? Os tanques das bombas abastecedoras podem estar a extravazar... mas começa logo a pagar-se ao novo preço; há aumentos de quaisquer bens de consumo? Podem os armazéns dos fornecedores estar a abarrotar de géneros ao preço antigo, que se começam logo a cobrar ao novo preço estipulado. Aumentam-se os salários? Os aumentos só são decididos a meio do ano... mas lá vão os aumentos ter efeitos retroactivos a datas em que nem sequer se imaginaria o desfecho positivo ou negativo das negociações! Por isso, não admira que quando se fala e desfala acerca de referendos e legislação subsequente, comecem alguns luminares a ficar com receio dos resultados advenientes!... E então agora imaginem a quantidade cidadãos confusos, ao constatar o volume de legislação, decisões e determinações com efeitos retroactivos, a pensar nas consequências à sua própria existência se alguns referendos, de que se anda por aí a falar, têm resultado positivo?!... Imaginemos a quantidade de gente em pânico, e que de certeza irá votar contra, só de pensar que a Lei do Aborto tem efeitos retroactivos?!...

20.4.06

Pançês 17

22• Pantagruélica Orgíaca. São dois vocábulos que vão bem, estes... "pantagruélica orgíaca" saem bem com qual quer coisa.
Não se sabe a resposta a dar? Nada mais fácil: "pantagruélica orgíaca"!
Quer-se impressionar alguém pela elevada sapiência e inusitado nível cultural? Lança-se a propósito de nada a temida locução "pantagruélica orgíaca" e, sucesso garantido: deixa-se, no mínimo, embasbacado o interlocutor, a dar voltas à massa encefálica para entender o que ouviu...
Pretende-se passar por detentor de um saber enciclopédico, capaz de arrasar qualquer académico de 'meia-tigela'? Deixa-se escapar a "pantagruélica orgíaca" e é só ver a cara de pasmo que se plasma em quem ouve.
E quando não se sabe que rumo dar à conversa, e se pretende impressionar?!... Solta-se um sonoro "pantagruélica orgíaca", e é ver espraiar-se à nossa volta um respeitoso silêncio espectante, qual onda na praia, na maré vazante!...
Pois é... as futilidades e as coisas vazias de sentido são sempre aquelas que mais sensação causam ao primeiro impacto; mas os incautos que chapem com o "pantagruélica orgíaca" e não tomem as devidas providências, e verão o tombo que levam! E não é só a "pantagruélica orgíaca": é também "o que concerne", a "ideossincracia", a "contextualização"... E tudo junto, então, traduz o expoente máximo da verborreia vazia de sentido:
"O que concerne à contextualização da ideossincracia pantagruélica orgíaca".
Ou, como diria o Serafim Saudade, "isto é efectivamente derivado ao fatalmente, na medida em que pois é!"
Claro.

17.4.06

Pançês 16

21• As horas são agregados de tempo que se contam pelo relógio. Às vezes não há relógio que nos valha, quando a gente tem de aturar o que não quer...
E há as horas e também ora isto ora aquilo; pra já não falar dos frades que oram por tudo e por nada... e a propósito disso vêem os "pai-nosso bravos" — mas esses não são pra cá xamados agora! ai, a porra!!!
As horas, os minutos, os segundos, os microssegundos, os angstroms, e o neil armstrong k foi à lua montado num foguetão.
As horas fazem os dias, as semanas, as quinzenas, os meses, os anos, os ânus, e os nús. Que são os preferidos de certos artistas. E ele há alguns bem jeitosos pra se apreciar! Os nús, não os anteriores...
Dos anteriores há os quartos, as meias, as calças, os culotes, os boxers, as cuecas e o fio dental que, quando se prende aos dentes é um caso sério...
A sério, ou nem por isso, é quando não se chega a horas pra um compromisso marcado. Por isso é que há relógios que fazem cú-cú, outros ding-dong, e agora até há uns que fazem tudo e mais alguma coisa! Aos que não sabem quem é o pai, dantes chamavam-lhes bastardos (mais conhecidos por "filhos da puta"); mas, agora, com as inovações tecnológicas, bem que se lhes podia chamar filhos do relógio. O resultado é o mesmo, e não se insultava uma profissão com cada vez mais adeptas - e respectiva prole.
Mas a conclusão a que se chega é k isto... anda tudo nas horas!

26.9.05

ani(s)versário

Eu e o Darkover andamos munto distraídos! Ah! pois andamos!!!
Ataum num é k deixaramos passar o aniversário do belogue mai fantástico da net, e só doi meses depois é k a malta se lembrou?! Pois é... as garinas, os chavalos, as belas vistas, é o k fazem: o pipol destraíu-se...
Bem, agora pra resolver a coisa, vamos fazer uma festa de aniSversário! Ainda não decidimos bem como vai ser; as discussões são bué de animadas: haviam de nos ver agarrados um ao outro, à lapada e ao bikeiro (que é como kem diz, a jogar à sardinha, k a malta é pla não-violência) pra conseguirmos chegar a acordo.
Mas não desesperem! o pugrama já tá quase. E vai fazer inveja à keima, ó se vai! Só é preciso Pançer um coche e ter munta lata...

23.9.05

Dicionário (analfabético e anacrónico) X

Justiça - palavra que já teve significado mas, actualmente, sem qualquer correspondência na vida real; o mesmo que "elfo", "fada", e quejandos.

Cacique - o mais iluminado dos entes da espécie humana; aquele que tem sempre razão — e quando não a tem é aplaudido para que a tenha: a sua palavra é lei, mesmo que num momento diga que o branco é preto e no momento seguinte consiga 'provar' o inverso, o k faz dele o mais poderoso e invejado luminar das elites contemporâneas. Sofre de uma doença compulsiva: é impune.

Poder - é susceptível.

21.9.05

velocidade de escape

as ovelhas fazem "bééé...!", as lesmas não saem do lugar, e os estilosos andam sempre a abrir.
é, também eu tive uma mota... acelerava que nem um estouvado, à desgarrada com a discoteca lá da zona... e acho que em questão de berreiro, em certas noites quem ganhava era eu! uma casal de 4 toda artilhada, de boa memória pás garinas que se esfolavam pa lhe por o cú no assento, até ao dia em que uma matilha de cães se me atravessou à frente, em demanda dos odores de uma cadela com cio (os cães! que eu nunca quis nada com cadelas!!!)... foi jura cumprida até hoje: "De mota, só pra cima de 500cm cúbicos!" Além de que até são mais silenciosas...
mas isso agora nem vem pró caso: quando as velocidades não se medem plos limites indicados por lei, mas em quanto se excede, que é k interessa se uma casal de quatro fazia berreiro?!...
Mais berreiro fazem os silenciosos que não saem do lugar, obrigando a que todos girem em torno de si. São as leis da gravitação, as mais fortes; das forças, resta-nos a centrípeta, que a centrífuga faz demasiado espalhafato, e as outras forças pra nada servem.
Andar a abrir? é questão de estilo. Fazer barulho quando os outros estão a descansar? é fixe, e kem não o faz é careta. Dar o dito por não dito e não querer saber do que antes se disse? é o mais normal, e quem assim não faz, ou é parvo, ou não sabe viver.
Mas, também, kem vai hoje ligar a pormenores desses, qdo tudo é visto à velocidade a que se vive, e s vive não à velocidade a que se consegue xegar às coisas, mas à velocidade a k as coisas xegam até nós?...
Pois... eu tive uma mota. mas agora já não tenho. e não tenho porque me estampei por causa de uns cães que se me atravessaram à frente, tal como se me atrevessou à frente o tempo todo k já passou, e eu já não tou pa andar de mota, armado em tótó, só prás miúdas pensarem k eu sou bom.
é k estas coisas têm munto k se lhe diga... e qdo toca a medir as velocidades, pa engate é melhor andar a pé.

3.9.05

o tempo que as coisas levam e trazem

Tava eu serenamente em sossego, quando de repente me dei conta de que já passava muito tempo que não pançava...
É grave. Munto grave!...
Eu, um pançador nato, deixar a nata da acção pa outras cabeças, assaz menos pançadoras c'a minha?!...
Pus-me cá a pançer e cheguei à conclusão que isto anda tudo ligado... ele são os fogos, por causa da falta de água; mais a água a mais que se gazta a apagar fogos; mais a água que faz falta pra que o sangue não fique espesso pra chegar aos neurónios; mais o calor que abraza a cabeça, o cabelo, as orelhas e outras partes do corpo começadas por "z" (como o zovários), e a gente nem tem vontade de pançer, ah! pois não...
E depois vêm as férias, com fogos ou sem eles, k'a gente num é de ferro, e quanto mai longe dos fogos melhor, nem k o sol nos torre os tímpanos (k pena num ter ficado uma pintura montado numa zebra, com o fogo a servir de cenário: é k com tanto ardido, dava pa fazer a carvão...)
E por falar em carvão, uma solução que eu pançei: agora já não vamos ter problemas com as fontes de energia; depois dos incêndios não é preciso petróleo pra nada: temos carvão pra dar e vender!!! é desta k o nosso país vai ser um país rico! Já não vale a pena falar do défice: vende-se o carvão ao estrangeiro, e ainda ficamos com saldo positivo. E viva o verão, e os viveiros de eucaliptos, e a falta de água.
Afinal, isto anda tudo ligado... a gente é k pensa k não; mas basta pançer um cadito, k a verdade salta à vista. E cuma força k nos cega!...

27.5.05

Pançês 15

20• Naquelas colmeias humanas, fruto do ganância empreendedora (?!) de acimentar o que nos rodeia, tudo é possível.
Em certo cubículo, vegeta alguém que tem a forte convicção que é e não é. Ora é tudo, e faz tudo, ora se deixa atravancar pela mais mesquinha das mediocridades e se afunda num pseudo nihilismo personalista que o leva a manhãs, tardes e noites de embotamento dos sentidos e embasbacamento do espírito, um dolce far niente que a lado nenhum leva... a não ser ficar envolto nos cobertores surrados duma modorra sem nome, nem sentido, e muito menos razão. Apenas porque sim.
Na colmeia ao lado vive o inverso: a diligência activa, a certeza da vida contada ao microssegundo, na impossibilidade de se perder seja o que for de uma aventura que se possa realizar, seja ela programada, ou se venha a encontrar no imprevisível instante que passa. Tempos mortos? Não há: da faculdade ao part-time, do ginásio ao cinema, do café à casa dos amigos, do bar à cama, todo o tempo é um vórtice de sensações e de acções.
Um tem as suas depressões e o psiquiatra; o outro tem o namorado e os amigos.

10.3.05

Pançês 14

19• Há um tempo e um lugar pra tudo... pois, há um lugar e um tempo pra tudo. às vezes a gente deixa-os passar: passa-se o tempo e muda-se o lugar; outras vezes passa-se o lugar e muda-se o tempo.
E há o sitio certo na hora errada, e a hora certa no lugar errado. E há a pessoa errada na hora certa e o lugar errado para a pessoa estar na hora certa...
E há também a pessoa certa na hora errada. E a pessoa certa no lugar errado.
Há um tempo pra tudo debaixo do sol. Um tempo e um lugar. Até há tempo pra encontar um lugar ao sol












. <— ponto

24.12.04

Pançês 13

18• Não sei quem disse que "a vida é uma doença incurável, cuja taxa de mortalidade é 100%". É capaz de ter razão; mas andem por aí alguns que já ultrapassarem o prazo de validade há muito tempo!!!
E que dizer da época das natalices? É só paz e amor, só cretinices, pa dar tudo em nada. É como aquela família em que ninguém se falava, mas que todos os anos se juntava na noite de natal, pk é preciso manter as aparências... Ah! bela taxa de mortalidade, k anda tão mal distribuida... Num dar uma caganeira a estes gaijus todos, pa decidirem mandar construir retretes em vez de mandar por luzinhas a piscar plas ruas!!! E quantos caixotes de lixo se colocavam com akilo k se gasta com estas futilidades de uma semana?!...
Detesto o natal. Que não tem nada a ver com a celebração religiosa cristã.

8.12.04

o martelo

Friedrich Nitzsche tem uma obra com um sub-título assaz interessante; é o único livro que consegui não ler até ao fim. Não me deixaram. O crepúsculo dos ídolos ou como filosofar com um martelo. É que a leitura do livro coincidiu com um período em que estive à beira de "perder a razão" (?!), e afastado de tudo o que pudessem ser influências nefastas e nefandas ao meu depauperado espírito, o desgraçado do livro lá continua na estante, memória desses tempos, sem nunca mais lhe conseguir pegar. E nem preciso. Não têm faltado por aí discípulos incógnitos que vão pondo em prática da forma mais soez e incauta os pensamentos daquele luminar do nihilismo existencialista. Mas se Nitzsche aplicava a si próprio — assumindo na sua forma de estar na vida, até às últimas consequências — o martelo do pensamento, já os seus seguidores do presente, do alto das suas cadeiras de poder em que se alçaram, impõem a outrém o pensamento do martelo... Estranha inversão, cujas consequências grandes amargos de boca nos fazem saborear...
"Sic transit gloria mundi!..."

23.11.04

Pançês 12

17• Um amigo meu que é pintor (e k até pinta umas coisas fixes: tenho uns quadros dele pendurados lá em casa...) disse-me uma vez que pintar é um sofrimento. Eu num percebi. O rapaz tem jeito (munto jeito), os quadros dele até são carotes, e ele vai e diz uma coisa dakelas...
Mas afinal, entendi k até é verdade. É como o pançêr: é doloroso! eu tenho-me visto e desejado para pançêr! E vai daí, fiz greve. Como greve tem feito o rapaz à pintura. Ele diz que não pinta (o k é de facto uma pena... ainda estou à espera dumas coisas saídas das mãos dele; porque vale a pena esperar, nem que sejam cinquenta anos!); e eu não digo que não pançe... mas que tenho preguiça, ai isso tanhu. E como todos temos direito à greve, tenho estado no uso do meu direito (com ocupação de instalações, bem se vê, não vá o diabo tecê-las, que com as voltas e reviravoltas que por aí andem, se volto costas ainda acabo sem lugar...).
Mas, ó Pintor, não faças greve. Sem os Pançês dum fifóloso toda a gente passa bem, mas sem os quadros de um artista o mundo fica mais feio. E incompleto.

8.11.04

Pançês 11

16• Quando a gente se põe a escrever raramente sabe o que vai sair no fim da escrita... às vezes umas mentes iluminadas lá têm uns rasgos dakilo k kerem dizer e da maneira como o kerem fazer... mas o k é certo (já o dizia um gaijo célebre qualquer, não me lembra kem) é k as palavras, mal nos saem da boca, nos deixam de pertencer. É mal nos saem da boca, do lápis ou dos dedos (sim, porque com estas coisas da escrita e da internet, já n é só àquilo que s diz, mas também àquilo k se xcreve k se aplica akela máxima e lei geral).
Os xineses têm até um ditado sobre isso; dizem k uma das coisa k nunca volta atrás é a palavra dita. Dita e desdita, nunca essa coisa andou por caminhos tão desgraçados, tão ínvios, e nunca tão maltratada foi... um exemplo é este "escrito", em k as mais elementares regras da ortografia são mandadas às urtigas. E para k? De facto, num havia necessidade... só pork me apeteceu. Porque sim!
Mais um exemplo. É k sempre aprendi k "porque sim" não é justificação para nada... Mas numa época em k a iconoclastia impera, em k as regras existem para serem kebradas, em k a lei não é mais do k uma palavra, sinónimo de algo ao qual todos nos deveremos esforçar por ser avessos, em k até a anarkia n passa já de um ideal balofo, bafiento e malxeiroso dos antros de antanho, o "porque sim" passou a poder justificar tudo e mais alguma coisa.
A prova? basta olhar à nossa volta, e os "porque sim's" sucedem-se a um ritmo avassalador por todo o lado onde pousemos os olhos ou os ouvidos...

3.11.04

Pançês 10

15• São feias e dão voltas e revoltas na língua... Mas que aliviam, aliviam! Falo daquelas palavras que fazem parte da linguagem dita vulgar, mais vil que o calão, mas que todos sem excepção aprendem e soltam nos momentos mais delicados da sua (nossa) existência. Há quem lhes xame "palavrões", há quem lhes xame asneirada, e outros ficam-se pelo boçal - mas, sem dúvida, mais eloquente - epíteto de "caralhadas". E quem não as deu já, que solte a primeira... vai ver como o mais sombrio dos dias se ilumina repentinamente, a lancinante dor se alivia instantaneamente, ou o mais idiota dos indivíduos se transforma num refinado humorista. Qual bálsamo da cobra, qual mésinha das bruxas! basta abrir a boca e deixar sair o som aviltante da palavra impronunciável (eu sei k se diz "inefável"... mas asneira por asneira, deixem-me lá dar mais uma!) e tudo se resolve, tudo se soluciona. Razão têm nuestros hermanos: "... que las hay, las hay!"

16.10.04

Incoerência(s)

Um Primeiro Ministro, cujo primeiro acto de governação é nomear 13 secretárias particulares e mudar toda a frota automóvel do Governo. Uma Ministra da Educação que afirma não haver qualquer problema com a colocação de Professores, quando o ano lectivo deveria ter começado a meio do mês de Setembro e os professores só foram colocados nas escolas respectivas a 6 de Outubro. Um Ministro da Defesa que nunca cumpriu o Serviço Militar. O leader partidário de um dos maiores partidos de direita, que assumidamente é contra os direitos dos homossexuais, lésbicas, bisexuais e transsexuais, é gay.
Um celibatário de 86 anos, que sofre de uma doença neurológica degenerativa, dá conselhos pretensamente infalíveis aos casados. O mesmo infalível escuda-se no medievalismo do seu celibato para continuar a proibir aos seus seguidores o uso do preservativo.
"Sic transit gloria mundi!..."

1.10.04

ontem, hoje e amanhã

Como sempre, as conversas de almoço são muito instrutivas, perspicases, e outras coisas terminadas na mesma desinência, como "feijões com carne de porco".
E então, quando se começa a falar acerca de tempo, necessária e invariavelmente se termina a falar de flores. Assim vai o mundo!...
Porque ainda era ontem quando eu comecei uma conversa com um amigo meu e, vai daí, ele pergunta-me se ainda era hoje e eu, como é lógico, tive de lhe responder que não, já era amanhã...
estas coisas do tempo são assaz deveras incomodativas, porque ou se tem o relógio biológico bem acertado, ou não há conceito de tempo — por mais concreto e absoluto que se queira que seja! — que resista.
É que ontem hoje e amanhã não passam do mesmo... pois. É como as flores. São flores e pronto. Ele há flores mai coisas e flores menos assim; há ramos de flores e canteiros de flores... mas são flores. E o tempo é o mesmo: quer chova, quer faça sol, é sempre ontem, hoje ou amanhã. E o mais engraçado é que se estiver vento ou o céu nublado, acontece o mesmo!
Que raio de coisa, que uma pessoa tá hoje tão bem descansada, e de repente dá-se conta de que afinal, já não é hoje, mas amanhã e, pra cúmulo, não estava nada hoje, mas era ontem... E depois a gente ainda se queixa de perder as contas a quantas anda...!
Razão tinha o outro: "C'a puta de criatura!" Vá-se lá saber porquê...

29.9.04

a descoberta do elixir da juventude

Pois é, é k estas coisas de se ir comer acompanhado tem k se lhe diga; e de se ir aompanhado de intelectuais, ainda k se lhe diga mais tem...! Cientistas descobriram que viajar a grandes velocidades fazem com as pessoas rejuvenesçam. Foi assim: puseram um relógio num avião supersónico, e deixaram outro, certinho e igualzinho, em terra. Passadas 15 horas a voar a velocidades superiores á do som, o relógio do avião marcava menos cinquenta milionésimos de segundo!
Até fikei cuma espinha de carapau espetada na garganta, apesar de num tar a comer peixe... Atão já pennsaram nas aplicações práticas imediatas desta maravilhosa descoberta?!... mandan-se akeles kridos e aquelas kridas todos pro ar num jacto, a viajar a velocidade supersónica durante uma série de anos pa substituir todas as operações de cirurgia estética k se fazem por aí... (sim, porque se 15 horas deu pro relógio perder 50 milionésimos de segundo, o jet 7 tem de por lá andar a fazer umas fêstas valentes pa n ter de fazer mai pilingues).
E já imaginaram o valente alívio k era ter akela gentinha toda em órbita real (pk em órbita virtual já andam permanentemente), em vez de nos andar a amassar a cabeçorra por aki?!... e o susto k levavam qdo aterrasem da substituição da operação, e ficassem entaladinhos entre o passado k são e o futuro k perderam? Ah, k lindos enterros nesse dia se fariam!

26.9.04

Pançês 9

14• Há sempre em todos nós uma estranha capacidade para tentarmos ajudar os que nos estão próximos; próximos no tempo, próximos no espaço, próximos nas ideias...
Chamamos a essa nossa tendência muitos nomes: amizade, desinteresse, fraternidade, humanidade, filantropia, e sei-lá-mais-o-quê; para arranjar nomes e títulos, baste-nos acordar inspirados que não nos faltarão sinónimos (ou nem por isso).
E sofremos — oh, se sofremos! —, quando são debalde os nossos esforços, e vemos ir por água abaixo o trabalho que empenhadamente nos propusemos realizar para modificar condutas, racionalizar atitudes, criar a sensatez... nos outros! Pois, porque somos sempre nós quem nada tem a mudar: são os outros que terão que ser (à boa maneira do paizinho orgulhoso que dizia ao precoce infante: "Filho, quer queiras, quer não queiras, vais ser bombeiro voluntário!"), versões humanizadas da ovelha Dolly...
Espírito de carneirada? náh! quem é que pançou nisso?!...

20.9.04

Dicionário (analfabético e anacrónico) IX

Gramática - é uma coisa de que se fala e ouve falar por causa dos pontapés. Na situação actual, será, por isso, sinónimo de bola... ou de futebol.

Futebol - dantes era um desporto; agora tanto pode ser visto como uma macroeconomia paralela, um clube de chá, um grupo inconsequente de meninos mal comportados, ou a elite dos mais iguais dos desiguais. Depende das opiniães...

Desporto - jogo do berlinde, da malha, da sueca, do xinquilho e da bisca lambida. Os outros não são pra cá xamados.

14.9.04

D(i)ário IV

Fui outra vez a Lisboa.
Pois, pk um gaiju aki dá em marado, passa-se todo, com esta pasmaceira... Akilo em Lx tá cada vez melhor. Só gaijus bons! Vim de lá k nem posso.
Primeira noite. Fui deixar as coisas a casa do Duarte. Ele ainda lá estava... saímos os dois. Fomos dar uma volta plo Bairro Alto. Só Homens liiiindos! É de um gaiju ficar cego. Entramos no Portas (dasss, parece k num há mais nada em Lx! Bem, pa começar a night... até k nem tá mal). Logo à entrada, um super amigo dele: "Olá, Duarte, vens muito bem acompanhado." Foda-se! era o Júlio! Já távamos fartos de teclar na net e de fazer umas brincadeiras com as cams, mas nunca nos tinhamos encontrado... devo ter ficado corado até às orelhas, mas tá a andar de mota! não dei parte de fraco. "É um gand'amigo meu, Júlio, Dário"
Não havia mesas. Ficámos de pé a beber umas merdas. O Júlio é bom k se farta. A ver se o Duarte se orienta, k eu fico já por aki... O gajo é lindo à força toda! Já o tenho certo pra esta noite, pla maneira como ele olha para mim... O Duarte vai passando a cumprimentar alguns amigos e mais pipol k conhece. Ficamos os dois a conversar. O Júlio tem cá um estilo! T-shirt perfeitamente justa ao tronco bem musculado, ligeiramente acima das calças de ganga modeladas ao rabo perfeito, suficientemente descidas pa se ver um pouquinho dos boxers a aparecer... hmmm apetitoso.
O Duarte tá de volta... de que conversámos, nem sei. Trás o "ex" com ele. "Júlio, já conheces o João? O Dário já o conhece há mto tpo..." Estragou tudo! Empata fodas. Com o João ali, vai haver conversa pro resto da noite.
Bem, até axo o João fixolas e divertido... eu é k num tava praí virado. Preferia... outro tipo de conversa mais solitária, só com o Júlio, pa testar até k ponto as brincadeiras da net seriam eficazes ao natural... hehehe
Vamos dar uma volta plos bares do Bairro. Sempre os quatro. Ando cuma fome k como os gaijos todos c os olhos... às 5 entramos no apartamento do Duarte; eu e ele. Os outros, foram cada um pra seu lado. Uma noite sem frutos. Combinámos amanhã ir à praia: vamos pra Caparica.

Segundo dia. Conheci um gajo espectacular na praia: o Eduardo. Fomos para a praia 19. A princípio não me agradou muito o ambiente: mta raínha, mta purpurina, mta bixisse... Abstraí e fikei na minha. Foda-se, n fui pa lá p causa dos outros, embora goste sempre de alegrar as vistas. O João tinha-se lembrado de levar uma bola e entre idas pra água e corridas pras toalhas, fazíamos uns passes... e uma bola perdida, a certa altura, quase cai em xeio em cima de um gajo, sozinho, k se desvia pk todo tempo nos tinha estado a observar pouco discretamente. Ao mesmo tempo que se desvia, apanha a bola e, sem cerimónias, vem ter connosco.
Um corpo de sonho, de fazer inveja a qualquer um dos que lá estavam. Bronzeado, mas não queimado; musculos bem definidos, corpo bem proporcionado, nádegas apetitosas, e o pénis, que o calor fazia semi projectar de entre as pernas, emoldurado por uma penugem bem tratada, envolvendo uns testículos bem desenvolvidos, deixava entrever o prazer que poderia dar a quem o concedesse... Cabelo castanho claro, curto, bem cuidado; olhos claros, num rosto comprido de estátua grega, com lábios sensuais.
Apresentou-se: Eduardo. "Também posso jogar? É uma seca tar sem fazer nada, qdo há pessoal divertido por perto", acrescentou, com um sugestivo olhar na minha direcção. Colocou-se entre mim e o Júlio.
Exímio a "roubar-me" a bola, de cada vez que ela se me destinava, atravessando-se-me à frente, fazendo-nos rolar pela areia vezes sem conta, todas as vezes com um breve instante de triunfo nos olhos, só por mim captado porque o nosso olhar não deixou de estar preso até ao fim da tarde.
Uma tarde que acabou de ser passada connosco, a jogar à bola, a ir à água, juntando-se a nós nas toalhas. Combinámos encontrar-nos à noite nas Docas.
Depois de uns copos, rumámos ao Bairro Alto; mas a mim e ao Eduardo já nada mais nos interessava se não estarmos juntos. Ainda não tínhamos tido possibilidade de estar sozinhos, mas sem que nenhum nenhum dos dois o dissesse, não tínhamos dúvidas de que a noite era nossa... À saída das Docas "perdêmo-nos" dos outros, para nos encontrarmos no apartamento do Eduardo.
Caímos nos braços um do outro, rebolámos no chão, encontrados no desejo que os nossos corpos exigiam.
Foi bom demais. Será que finalmente encontrei aquilo que há tanto tempo procurava sem saber?

(por mim, continua!)

13.9.04

Dicionário (analfabético e anacrónico) VIII

Orgasmo - produto final de um esforço, compensatório ou não. É compensatório, qdo o dito (orgasmo) resulta do prazer estonteante da cópula entre dois entes, ou da delícia onânica do jogo ganho p 5 a 1... pco compensatório ou frustrante, qdo apenas se traduz na desgastante tarefa de espremer os neurónios sem nada de produtivo e satisfatório resultar, a não ser a estupidificação de kem ouve ou lê (vulgo, conhecido por "orgasmo mental", de cujo é espécime representativa este belogue).

Criançinhas - preocupação universal de toda a loira k é loira, de toda a miss k é miss, e de mais outras coisas k andem por aí...

Património - seguindo a mesma lógica, em que o inverso de "paixão" é "mãe tecto" e o inverso de "skate" é "molhei-te", sendo o matrimónio o casamento, o património é o divórcio.

2.9.04

Dicionário (analfabético e anacrónico) VII

Riscos - são o k se corre quando se arrisca. Pois, é quase uma tautologia. Mas a vida é assim mesmo. Quando menos se espera, damos c'o as ventas em qualquer coisa que não tamos a contar: uma parede riscada porque se deixaram os marcadores à mão do puto que axa k já tem pinta de artista, ou a lata de spray à mão do teen k se axa com liberdade pa cagar as paredes todas com manchas hieroglíficas (vulgo "grafitti") de cujo significado apenas ele tem a xave.
Mas se falamos em risco à séria, risco, mas risco mesmo... é alguém cruzar-se comigo em dia de lua xeia!

31.8.04

Pançês 8

13• O que nos reserva o futuro? O que nos trarão os dias que se aproximam?... Perguntas k intimidam e inquietam, a par com a velha kestão — mãe de todas as kestões! — "Quem sou, donde venho, para onde vou?"
Kem lhes souber responder, será, talvez, apodado de feliz, de venturoso... ou de mentecapto, pela falácia k a resposta pode fazer transparecer!
E nada como as ligações ditas "virtuais" pra fazerem ruir pela base, e ver desmoronar-se toda uma construção edificada com base em (pre)conceitos e (ante)suposições, quando o que aí (aqui!!!) deveria imperar, antes de mais, seria o bom senso de se ser conhecedor da peculiaridade da característica da ligação: a sua virtualidade... donde, de real nada tem a não ser a vontade dos intervenientes.
Mas qdo o carácter k lhe é próprio é esquecido, e se lhes atribui um lugar e uma importância tais k acabam p substituir as verdadeiras relações entre as pessoas, é chegado o momento mais k certo para se questionar acerca da saúde mental de quem faz tais misturadas! É k n nos podemos eskecer de k a net não pode ser um convite ao individualismo, mas sempre um meio para aproximar as pessoas, e nunca pode servir para afastar e perder os amigos k temos ou fomentar inimizades (até parece o anúncio da ptnet.org, mas pa melhor...).
Ora, o k acontece, de verdade, é k os chat's, mirc's, msn's e outros, nada mais são do k o onanismo institucionalizado, onde kem não entra pra dizer bem de mim, é um ser horrendo, manhoso, aviltante, destinado ao abate.
Porquê continuar-se a iniciar conversas por "oi", "ddtc", "que procuras", e não passar de imediato ao k realmente move tais indivíduos e começar por "quanto mede o teu penis", "na tua casa ou na minha", "de pé ou na cama"? Redundaria numa menor perda do tempo dispendido e, paralelamente, sabia-se logo ao k cada um vai. A isso chama-se sinergia. Uma palavra de origem grega, k tem por significado a reunião de esforços com o objectivo de os optimizar...
Tal como gregos eram os desgraçados k nos deixaram as malfadadas perguntas k ainda hoje nos apokentam a cabeça em noites de insónia: "Quem sou?" "Donde venho?" "Para onde vou?"

24.8.04

Pançês 7

12• As conversas são como as cerejas: quanto mais a gente as come, mais nos apetece comer. Vêm umas atrás das outras, tal como os colares que se compram nas feiras e que, quanda queremos escolher um, nunca sabemos se o k trouxemos é mesmo o k keríamos... Mas, conversas e colares à parte, conversar é um acto sublime, magnífico, estimulante e admirável.
Até acontece, por vezes, a gente por-se a conversar horas a fio, e depois de termos dito imensas coisas super interessantes e de termos ouvido outras tantas ainda mais importantes, quando queremos lembrar-nos do que foi dito... não nos ocorrer absolutamente nada! Partida da memória, ou será que outro motivo nos escapa?!... Inclino-me mais para a segunda possibilidade: é k, à força de tanto tartamudear a língua, perdemos a capacidade de verbalizar algo cujo sentido se lhe perceba e, por isso, dificilmente será podermos mais tarde recordar seja o k for das nossas elevadas reflexões ou profundas conversas...
Por isso, mais vale refugiarmo-nos na milenar sabedoria oriental, e seguir o conselho de um antigo provérbio japonês: "Se tiveres um guarda xuva enfiado no cú, não o abras"...

Pançês 6

9• Os limites da insanidade, é certo que nunca foram estabelecidos. Porque ele há para aí muitos sãos a quem xamam loucos e muitos loucos a passarem-se por sãos; mas isso também não é novidade. Se não, vejamos: diz-se por aí que "a inteligência é como a roupa interior, usa-se mas não se mostra". Isso é sintoma de sensatez, ou de insanidade? o 'senso comum', de facto, diz k é uma pouca vergonha (logo, uma insensatez) mostrar a roupa interior; mas haverá alguma coisa mais sexy do k os vislumbres de "certa" roupa interior... ou da ausência dela...? ;) e não será isso sinal de inteligência maior?!... Ora! às favas os ditos pseudo-intelectualóides e vivam os Calvin Klein à mostra!
(Kem diz Calvin Klein diz outra marca qualquer, k nos põe a salivar só de ver quem os usa... hehehe)

10• A homofobia é um fenómeno muuuuito complexo. A começar pela palavra, k dá azo a uma série de confusões! Kerem ver? outro dia perguntei a diversas pessoas se sabiam o k significava. Pessoas simples, anódinas e anónimas, do género das que vão aos sites "perguntem-ao-coiso-ponto-come". Primeiro não sabiam. Mas decompondo a palavra em Homo (que verbalmente soa a "omo"), logo respondiam alegres e contentes: "detergente pá roupa c'a nha mãe usaba!" Até aki, tudo bem; e até houve uma certa unanimidade, não fora um cavalheiro com ares de intelectual, por-se a falar em qualquer coisa de igual e igualdade, e etc e tal... mas não interessa, k foi o único. Com a "fobia" é k a porca torceu o rabo... "Ó menino, eu sei lá o ké isso!" ou então: "Num le deram inducação in pkaninu e agora anda a xamar nomes às pessoas!!!" Bem, ao fim de uma árdua e amargurada jornada, lá se conseguiram emparelhar um par de respostas mais ou menos coerentes: "fobia é parecido com fugia" (é caso pa dizer: só pode!!) e "fobia n deve ter nada a ver com folia" (poix...).
Atão, voltanto ao tópico inicial, homofobia só pode ser fugir do omo, o k, pro nosso povão, com seu xeiro característico a bode, vem mesmo a condizer. É intrínseco.

11• Fica pa depois, k isto de Pançer é uma actividade muntu custosa. E mal remunerada!!!

17.8.04

Dicionário (analfabético e anacrónico) VI

Charro - marca de calças e outros trapos. Não confundir com "escarro", nem com "carro", nem com outros veículos motorizados vulgarmente conhecidos por "ramona". Parece k algums curtes tb xamam xarro a outras coisas, mas essas ficam pa outra altura, ka malta agora ker é cortir...

Escarro - um escarro é uma escoisa, espá, que anda, espá, estem esquatro esrrodas, espá, e a esmalta, espá, espalma esbué. Ah... e é esverde, espá.

14.8.04

D(i)ário III

Estou em crise existencial. Ou será mais de identidade?
Se calhar são as duas...
Que merda ando eu praki a fazer?! Não tenho sorte nenhuma... As gajas não me largam a braguilha e eu não as quero; os gajos k quero estão longe ou não me ligam... Triste vida, a de um gajo como eu, numa terra como esta, numa situação como a minha.
Tou praki a pensar nos gajos k já tive... naquilo k já fiz... no k podia ter... e na merda que tenho!
Além das duas mariquitas que toda a gente segrega e trata mal, homossexualidade, aqui, é mentira! Aliás... são é todos uns ganda hipócritas, isso sim! Ainda outro dia, no lago, primeiro, quase fui "crucificado" por causa dos calções tipo cueca que levava; mas depois não deixavam de me deitar olhares de desejo durante o tempo todo, apesar de lá terem as namoradas. Parvos! a pensar que se enganam a eles próprios... cambada de recalcados.
As brincadeiras vão dar sempre ao mesmo: um pretexto pa haver algum contacto físico; e nas piadas, embora super-hiper hetero, lá está a homossexualidade latente, pela falta de coragem de a pôr em prática - que iriam dizer a familia, os amigos, se soubessem! -, camuflada pela mais primária homofobia.
Vou enrolar o pôrro k me arranjaram há bocado, fumá-lo e abstrair-me disto tudo. Pelo menos durante um bocado, sou só eu no universo.
Puta de terra, em k é mais fácil um gajo arranjar droga pa se foder todo, do k outro gajo pa mandar uma foda...

13.8.04

Dicionário (analfabético e anacrónico) V

Night - é a parte melhor do dia. Pode dormir-se e fazer-se que se dorme; pode ir-se pra borga, ou ficar no bem-bom em casa. Há quem vá tratar de vidas... mas esses são poucos, porque o k há mais são as gaijas da vida. E ele há cada uma!!! sim, porque algumas são muito machas!...

Xá - zona de lazer e passeio, em área não intervencionada pelo programa Pólis da cidade de Coimbra, intimamente ligado com a "night". Não confundir com "Chat" (cf. Dicionário III), pk não tem nada a ver.

Iluminação - maior inimiga de quem ker consumar o engate e não tem sítio. Oooooops! o engate não é isso! ai k já meti os pés... Oh, n interessa; tb ninguém lê, tá a andar de mota. :-P

12.8.04

Dicionário (analfabético e anacrónico) IV

Engate - qualquer dicionário diz que é uma peça através da qual se atrelam umas coisas às outras. Pois...

Bicha - também se lhe chama "fila indiana", que consiste em vários indivíduos dispostos atrás uns dos outros. Combóio. Ah! as carruagens do combóio são atreladas por engates.

10.8.04

pppoetry

Quero.
Talvez...
Quando?
Não sei!
Porquê?
Talvez...
...por ser assim!...
Penso em mim
E não quero.
Porquê?!...
Não sei...
Mas sei
que se soubesse
saberia
o que sei
...e o que quero saber.

Pançês 5

7• Quando alguma coisa corre mal, tentamos pôr culpas em tudo, menos onde elas estão. Mas é claro k as culpas são do k corre mal. Por isso, vamos aproveitar os Jogos Olímpicos, esperar os mecos k se atrasam, e limpar-lhes o sêbo! E assim, tudo irá correr melhor, porque ninguém quer ficar pro fim. Vale a pena pançêr nisto...

8• O acto de Pançêr é algo de nobre, sublime, indizível. É criativo, arrasador, cauterizador; é civilizacional, arrebatador, recalcitrante. É inconformista, obstinado, pertinaz. Mas, sobretudo, é anafrodisíaco.

9.8.04

Pançês 4

5• A chuva é fixe. Pra mim não, que eu não gosto de chuva. Mas, prontos, um gajo, de vez em quando, tem de ser politicamente correcto e pançer umas coisas que ficam bem - mesmo k num fiquem - e que os cromos gostem de saber - mesmo k num gostem. O que eu axo mesmo é que a chuva é como certas pessoas: só aparece quando a gente não quer.

6• A Via verde é um invento altamente: a malta passa à frente dos gaijus todos, põe-os tótil fudidus, principalmente quando eles acabam de ultrapassar as nossas bombas com os seus carrecos de stand de carros batidos. Mas o que vinha mesmo, mesmo a calhar era c'o pipol já viesse equipado com via verde de série...

8.8.04

D(i)ário II

CAÇA
Descia o Chiado. Sem destino e sem grandes esperanças, porque ainda não era a altura propícia. Descia apenas, sem preocupações... Para os gajos bons ainda era cedo.
Fui andando, olhando aqui, mirando acolá. Nada de interessante...
A noite estava óptima. Era quinta feira e tinha acabado de chegar a Lx. Afinal sempre tinha convencido a cota a orientar-me um guito. Tinha só passado pelo apartamento do Duarte, tomado um duche rápido pa tirar os vestígios da viagem e deixado lá as minhas coisas (é uma pena o Duarte andar mais virado prás gajas... mas não me há-de escapar muito tempo, com aquele corpinho de modelo!). Saí logo pá night, que um gajo não é de ferro, e nem se têm hipótese de vir pa Lisboa todas as vezes que se quer...
Mas, meu deus! visão do outro mundo!!! Nem acredito no que tou a ver! Um relance mostra-me o gajo com o corpo mais perfeito que eu alguma vez vi.
Finjo que não é nada comigo, e páro diante da montra de uma livraria, logo a seguir a ele que lá continua e (espanto!) olha descaradamente para mim!
Uso o pretexto de procurar alguém que por ali devia estar mas não está, para o olhar de novo... Não, não me enganei: ele está a olhar para mim e não se incomoda em desviar o olhar.
A segunda vez que olhei deu para apreciar melhor: um gajo maduro (nenhum puto, como os que me têm assediado), músculos perfeitamente desenvolvidos, que mostram o cuidado e gosto por se manter em boa forma: algumas horas diárias no gym... peitorais perfeitamente desenvolvidos, bem delineados pela t-shirt sem mangas que, em vez de os esconder, os realçava; braços grossos, possantes; pernas perfeitas metidas numas calças de ganga justas e, no lugar onde as pernas se encontram, um proeminente volume. O armário completo.
Já muitas vezes me senti avaliado, desejado, já fui apalpado e até perseguido por gajos que me queriam... mas esta foi a primeira vez em que me senti corar, porque fui literalmente comido com os olhos pelo gajo, no meio de uma rua de Lisboa, em pleno dia...
Afastei-me dali, a pensar: "Se for com este, esta noite, tenho o fim de semana ganho..." e continuei a descer. Fui até ao Chiado, comi qualquer coisa, e demorei-me a ver as montras. Depois, meti-me pelo Bairro Alto e o primeiro lugar onde resolvi ir foi ao Portas.
Assim que entro, apanhei um murro no estômago: junto ao balcão, acompanhado de um amigo, lá estava "ele"...
Viu-me logo que entrei. Sentei-me. Quase de seguida ele acaba a conversa com o outro indivíduo, toca-lhe no ombro, ele sai... e o Thomas dirige-se à minha mesa, sorri com um sorriso que quase me fez vir, senta-se, e simplesmente diz: "Hello! Are you alone?"
Com o coração a bombar a 100 à hora, mas com a voz mais calma do mundo, respondi: "I was, before you were here".
Saímos juntos do Portas 15 minutos mais tarde, para irmos para o hotel onde ele estava; quanto a mim, voltei a casa do Duarte no Domingo à tarde, depois de o ter ido levar ao aeroporto para regressar a Miami.

(poderá continuar...)

Dicionário (analfabético e anacrónico) III

Chat - em francês, é gato; por isso, é sinónimo de mim. Mas também pode ser alguém a quem falta qqr coisa pa ser uma ganda seca, só k n se lhe quer dizer... e por isso a gente diz-lhe: "olha, vai ao mirc ver se eu lá tou!" E depois tb há o chá das 5 que tia que é tia tem de tomar, e atão, fica a ser tb um chat; porque além de mais é mesmo chatérrimo ter lá em casa a Quiqui e a Teca e a Cocas, e não ter mai nada senão aquêla coisa k dá plo nome sei lão. Mas prontos só pa caturreira arranja-se uma coisa muita gira com uma coisa assim que parêce um tvisôr, tá a vêre, e tem assim umas têclas, e vamos todas conversar coas nossas amigas k nao pudêram sair de casa puke os maridos tão presos, o que é muita chat.

Tfone - é um instumento im-po-tan-tí-ssi-mo pa toda a gente! Ja imaginou a vida sem tfone? Quando a gente vai às compas e vê akêlas cauças spê gias e quê dizê a toda a gente spê bem k já as compou, comé k ia podê fazê se não tivêsse tfone?!... E os tôkes?!... são o máximoooo! põe-se o tfone no vibadô, e tem dupa função... O tfone? é o maió amigo das tias, das pimas, dos tôlhas e das bixas.

ppoetry

As palavras saíam da minha boca
fugiam as sombras
ficava o gosto a fel e a mel

O escuro trazia até mim
os longínquos sons de um selvagem concerto
animalesco, louco,
sem ritmo,
ofegante

Rugia o trovão
a tempestade amainava
Mas logo recomeçava
enquanto a chuva martelava
na velha estrada
...que não existia.

E o concerto seguia
...talvez uma orgia
sem riso nem tino
talvez o caminho
de algo divino
que acontecia

Mas o sonho acabou
o medo passou
e na boca ficou
o gosto adocicado
azedo e melado
do sonho passado.

E a dúvida cresceu: será que aconteceu?
não sei... não sei...

As palavras fugiram
vazias de sentido.
Um enorme alarido trouxe a realidade;
o quarto escuro,
o som da tempestade:
as árvores gritavam
súplicas de angústia...
as chuvas diziam
"Merda prá indústria
que nos polui!"

E o gosto na minha boca
cada vez mais forte
(parecia papel de música)
fez-me lançar injúrias contra a civilização;

E merda de sinuzite
que me entope o nariz
e me faz ter pesadelos todas as noites!

7.8.04

poetry

O pensamento das coisas
faz-nos chegar até elas.
O pensamento das coisas
faz-nos criar.
O pensamento das coisas
faz-nos pensar nelas.
O pensamento das coisas
faz-nos... pensar.

O pensamento das coisas
leva-nos pra longe de nós,
faz-nos chegar a tudo o que queremos,
traz-nos tudo o que desejamos;
dá-nos as coisas que pensamos.

O pensamento das coisas
faz-nos pensar nelas;
faz-nos abrir em nós portas e janelas
por onde se entra e sai,
livremente.

Oh! triste pensamento,
que não levas a lado nenhum!
És estéril, sem graça,
cansas e causas náuseas...

Pançês 3

4• Os macacos são doidos pá macacada. E não têm preconceitos, nem pruridos, nem levantam pretensas questões morais ou teorias sociais. Apetece-lhes, pimba!
E outra coisa fixe nos macacos são as orelhas.

D(i)ário I

NINGUÉM TEM 22 ANOS
Perdido neste sítio onde as pessoas como eu são maltratadas e olhadas de revés...
Enojam-me as conversas, enjoam-me as perguntas. Não quero mais nada senão ir-me embora outra vez.
Estranho tudo e todos... até a mim...
Só hoje já bati quatro punhetas. Eu! que em Bern dava a volta à cabeça a tudo quanto se mexia à minha volta; eu! que em Barcelona fazia por-se de gatas à minha frente quem quisesse, agora condenado a esta terra de merda onde o sexo é crime...
Bem que tento dar umas escapadelas até Lx, mas os cotas não largam o guito, e eu ainda não desci tão baixo que lho palme.
Apenas consegui ir a Lisboa uma vez. Fui engatado no Bairro Alto. Um estrangeiro (são os meus preferidos; os tugas são uns broncos), musculado, com um sorriso lindo. Fodemos à fartazana, até cair para o lado. Mas não é isso que me interessa.
E, afinal, que me interessa?
Apenas que me deixem em paz.
Que não me chateiem se durmo até tarde, que me deixem vestir a roupa que quero, sem me censurarem as opções das camisolas de alças e as calças Energie.
Que me deixem fazer a puta da minha vida sem estarem constantemente a perguntar pela minha namorada (como se eu fosse obrigado a ter namorada e a exibi-la como um troféu de caça)! Só por me fazerem tantas vezes a mesma pergunta — juro! — se não fosse gay, passava a ser só para ter o prazer de os ver fodidos com a resposta. Só que, aqui, ninguém é gay. E eu menos do que ninguém. Não posso ser gay. Só sou gay quando me fecho no meu quarto e ligo a internet, ou quando telefona algum dos meus amigos gay — esses sim, são verdadeiros amigos, que não se esquecem do buraco onde estou metido e me vão ligando a dar força.
Hoje o Alfred telefonou.
É o gajo mais espectacular que conheço. Nem parece alemão, que têm todos a mania que são os maiores...
Conheci-o em Geneve, numa festa. Mas foi diferente dos outros todos. Nessa noite levou-me para casa dele e nunca mais vivi noutro lugar até me vir embora da Suiça. O Alfred não quis sexo; nem deixou. A única vez que tivemos sexo foi na noite da minha despedida. E que noite!!! Não sei quantas vezes me vim. Foi a maior foda da minha vida.
Como é que vim parar da Suiça aqui? Isso também eu gostava de saber!!!... porque raio me deixei levar na conversa da cota e vir fazer a merda dos exames do 12º ano, e agora a cota não me deixa sossegado, a querer saber mais do que eu lhe quero (e posso) dizer...

(...continuará?)

Dicionário (analfabético e anacrónico) II

Coisa - aplica-se a tudo. Se a "coisa" tá má é porque não gostamos dela; se falamos na "coisa" dos pretos, pensa-se em 30 cm; mas se é na "coisa" das chinesas, ou a vêmos atravessada, ou ficamos cos olhos em bico. Mas, feitas bem as contas, ainda há tanta coisa à solta por aí!!!

Pançês 2

3• O "giro" é um juizo de valor, acerca de alguém cheio de estilo, k somos levados a fazer (ou não) conforme formos inteligentes (ou tacanhos).

Dicionário (analfabético e anacrónico) I

Pançês - do francês "pensées", pensamentos

Estranho - princípio de normalidade

6.8.04

Pançês 1

1• Os blogs são como os cús: toda a gente tem um.

2• O primeiro bloguista foi Pascal (Blaise Pascal. Born at Clermont-Ferrand, 19 June 1623; died in Paris, 19 August 1662). Só não foi na net; escrevia em papelecos as merdas todas que lhe passavam pla cabeça, pa não se esquecer delas. O gajo tinha pinta. Tou em crer que era larilas...

a razão

Hoje tava no banho e decidi fazer um blog.
Mais blogo penso nisso...