31.8.04

Pançês 8

13• O que nos reserva o futuro? O que nos trarão os dias que se aproximam?... Perguntas k intimidam e inquietam, a par com a velha kestão — mãe de todas as kestões! — "Quem sou, donde venho, para onde vou?"
Kem lhes souber responder, será, talvez, apodado de feliz, de venturoso... ou de mentecapto, pela falácia k a resposta pode fazer transparecer!
E nada como as ligações ditas "virtuais" pra fazerem ruir pela base, e ver desmoronar-se toda uma construção edificada com base em (pre)conceitos e (ante)suposições, quando o que aí (aqui!!!) deveria imperar, antes de mais, seria o bom senso de se ser conhecedor da peculiaridade da característica da ligação: a sua virtualidade... donde, de real nada tem a não ser a vontade dos intervenientes.
Mas qdo o carácter k lhe é próprio é esquecido, e se lhes atribui um lugar e uma importância tais k acabam p substituir as verdadeiras relações entre as pessoas, é chegado o momento mais k certo para se questionar acerca da saúde mental de quem faz tais misturadas! É k n nos podemos eskecer de k a net não pode ser um convite ao individualismo, mas sempre um meio para aproximar as pessoas, e nunca pode servir para afastar e perder os amigos k temos ou fomentar inimizades (até parece o anúncio da ptnet.org, mas pa melhor...).
Ora, o k acontece, de verdade, é k os chat's, mirc's, msn's e outros, nada mais são do k o onanismo institucionalizado, onde kem não entra pra dizer bem de mim, é um ser horrendo, manhoso, aviltante, destinado ao abate.
Porquê continuar-se a iniciar conversas por "oi", "ddtc", "que procuras", e não passar de imediato ao k realmente move tais indivíduos e começar por "quanto mede o teu penis", "na tua casa ou na minha", "de pé ou na cama"? Redundaria numa menor perda do tempo dispendido e, paralelamente, sabia-se logo ao k cada um vai. A isso chama-se sinergia. Uma palavra de origem grega, k tem por significado a reunião de esforços com o objectivo de os optimizar...
Tal como gregos eram os desgraçados k nos deixaram as malfadadas perguntas k ainda hoje nos apokentam a cabeça em noites de insónia: "Quem sou?" "Donde venho?" "Para onde vou?"

24.8.04

Pançês 7

12• As conversas são como as cerejas: quanto mais a gente as come, mais nos apetece comer. Vêm umas atrás das outras, tal como os colares que se compram nas feiras e que, quanda queremos escolher um, nunca sabemos se o k trouxemos é mesmo o k keríamos... Mas, conversas e colares à parte, conversar é um acto sublime, magnífico, estimulante e admirável.
Até acontece, por vezes, a gente por-se a conversar horas a fio, e depois de termos dito imensas coisas super interessantes e de termos ouvido outras tantas ainda mais importantes, quando queremos lembrar-nos do que foi dito... não nos ocorrer absolutamente nada! Partida da memória, ou será que outro motivo nos escapa?!... Inclino-me mais para a segunda possibilidade: é k, à força de tanto tartamudear a língua, perdemos a capacidade de verbalizar algo cujo sentido se lhe perceba e, por isso, dificilmente será podermos mais tarde recordar seja o k for das nossas elevadas reflexões ou profundas conversas...
Por isso, mais vale refugiarmo-nos na milenar sabedoria oriental, e seguir o conselho de um antigo provérbio japonês: "Se tiveres um guarda xuva enfiado no cú, não o abras"...

Pançês 6

9• Os limites da insanidade, é certo que nunca foram estabelecidos. Porque ele há para aí muitos sãos a quem xamam loucos e muitos loucos a passarem-se por sãos; mas isso também não é novidade. Se não, vejamos: diz-se por aí que "a inteligência é como a roupa interior, usa-se mas não se mostra". Isso é sintoma de sensatez, ou de insanidade? o 'senso comum', de facto, diz k é uma pouca vergonha (logo, uma insensatez) mostrar a roupa interior; mas haverá alguma coisa mais sexy do k os vislumbres de "certa" roupa interior... ou da ausência dela...? ;) e não será isso sinal de inteligência maior?!... Ora! às favas os ditos pseudo-intelectualóides e vivam os Calvin Klein à mostra!
(Kem diz Calvin Klein diz outra marca qualquer, k nos põe a salivar só de ver quem os usa... hehehe)

10• A homofobia é um fenómeno muuuuito complexo. A começar pela palavra, k dá azo a uma série de confusões! Kerem ver? outro dia perguntei a diversas pessoas se sabiam o k significava. Pessoas simples, anódinas e anónimas, do género das que vão aos sites "perguntem-ao-coiso-ponto-come". Primeiro não sabiam. Mas decompondo a palavra em Homo (que verbalmente soa a "omo"), logo respondiam alegres e contentes: "detergente pá roupa c'a nha mãe usaba!" Até aki, tudo bem; e até houve uma certa unanimidade, não fora um cavalheiro com ares de intelectual, por-se a falar em qualquer coisa de igual e igualdade, e etc e tal... mas não interessa, k foi o único. Com a "fobia" é k a porca torceu o rabo... "Ó menino, eu sei lá o ké isso!" ou então: "Num le deram inducação in pkaninu e agora anda a xamar nomes às pessoas!!!" Bem, ao fim de uma árdua e amargurada jornada, lá se conseguiram emparelhar um par de respostas mais ou menos coerentes: "fobia é parecido com fugia" (é caso pa dizer: só pode!!) e "fobia n deve ter nada a ver com folia" (poix...).
Atão, voltanto ao tópico inicial, homofobia só pode ser fugir do omo, o k, pro nosso povão, com seu xeiro característico a bode, vem mesmo a condizer. É intrínseco.

11• Fica pa depois, k isto de Pançer é uma actividade muntu custosa. E mal remunerada!!!

17.8.04

Dicionário (analfabético e anacrónico) VI

Charro - marca de calças e outros trapos. Não confundir com "escarro", nem com "carro", nem com outros veículos motorizados vulgarmente conhecidos por "ramona". Parece k algums curtes tb xamam xarro a outras coisas, mas essas ficam pa outra altura, ka malta agora ker é cortir...

Escarro - um escarro é uma escoisa, espá, que anda, espá, estem esquatro esrrodas, espá, e a esmalta, espá, espalma esbué. Ah... e é esverde, espá.

14.8.04

D(i)ário III

Estou em crise existencial. Ou será mais de identidade?
Se calhar são as duas...
Que merda ando eu praki a fazer?! Não tenho sorte nenhuma... As gajas não me largam a braguilha e eu não as quero; os gajos k quero estão longe ou não me ligam... Triste vida, a de um gajo como eu, numa terra como esta, numa situação como a minha.
Tou praki a pensar nos gajos k já tive... naquilo k já fiz... no k podia ter... e na merda que tenho!
Além das duas mariquitas que toda a gente segrega e trata mal, homossexualidade, aqui, é mentira! Aliás... são é todos uns ganda hipócritas, isso sim! Ainda outro dia, no lago, primeiro, quase fui "crucificado" por causa dos calções tipo cueca que levava; mas depois não deixavam de me deitar olhares de desejo durante o tempo todo, apesar de lá terem as namoradas. Parvos! a pensar que se enganam a eles próprios... cambada de recalcados.
As brincadeiras vão dar sempre ao mesmo: um pretexto pa haver algum contacto físico; e nas piadas, embora super-hiper hetero, lá está a homossexualidade latente, pela falta de coragem de a pôr em prática - que iriam dizer a familia, os amigos, se soubessem! -, camuflada pela mais primária homofobia.
Vou enrolar o pôrro k me arranjaram há bocado, fumá-lo e abstrair-me disto tudo. Pelo menos durante um bocado, sou só eu no universo.
Puta de terra, em k é mais fácil um gajo arranjar droga pa se foder todo, do k outro gajo pa mandar uma foda...

13.8.04

Dicionário (analfabético e anacrónico) V

Night - é a parte melhor do dia. Pode dormir-se e fazer-se que se dorme; pode ir-se pra borga, ou ficar no bem-bom em casa. Há quem vá tratar de vidas... mas esses são poucos, porque o k há mais são as gaijas da vida. E ele há cada uma!!! sim, porque algumas são muito machas!...

Xá - zona de lazer e passeio, em área não intervencionada pelo programa Pólis da cidade de Coimbra, intimamente ligado com a "night". Não confundir com "Chat" (cf. Dicionário III), pk não tem nada a ver.

Iluminação - maior inimiga de quem ker consumar o engate e não tem sítio. Oooooops! o engate não é isso! ai k já meti os pés... Oh, n interessa; tb ninguém lê, tá a andar de mota. :-P

12.8.04

Dicionário (analfabético e anacrónico) IV

Engate - qualquer dicionário diz que é uma peça através da qual se atrelam umas coisas às outras. Pois...

Bicha - também se lhe chama "fila indiana", que consiste em vários indivíduos dispostos atrás uns dos outros. Combóio. Ah! as carruagens do combóio são atreladas por engates.

10.8.04

pppoetry

Quero.
Talvez...
Quando?
Não sei!
Porquê?
Talvez...
...por ser assim!...
Penso em mim
E não quero.
Porquê?!...
Não sei...
Mas sei
que se soubesse
saberia
o que sei
...e o que quero saber.

Pançês 5

7• Quando alguma coisa corre mal, tentamos pôr culpas em tudo, menos onde elas estão. Mas é claro k as culpas são do k corre mal. Por isso, vamos aproveitar os Jogos Olímpicos, esperar os mecos k se atrasam, e limpar-lhes o sêbo! E assim, tudo irá correr melhor, porque ninguém quer ficar pro fim. Vale a pena pançêr nisto...

8• O acto de Pançêr é algo de nobre, sublime, indizível. É criativo, arrasador, cauterizador; é civilizacional, arrebatador, recalcitrante. É inconformista, obstinado, pertinaz. Mas, sobretudo, é anafrodisíaco.

9.8.04

Pançês 4

5• A chuva é fixe. Pra mim não, que eu não gosto de chuva. Mas, prontos, um gajo, de vez em quando, tem de ser politicamente correcto e pançer umas coisas que ficam bem - mesmo k num fiquem - e que os cromos gostem de saber - mesmo k num gostem. O que eu axo mesmo é que a chuva é como certas pessoas: só aparece quando a gente não quer.

6• A Via verde é um invento altamente: a malta passa à frente dos gaijus todos, põe-os tótil fudidus, principalmente quando eles acabam de ultrapassar as nossas bombas com os seus carrecos de stand de carros batidos. Mas o que vinha mesmo, mesmo a calhar era c'o pipol já viesse equipado com via verde de série...

8.8.04

D(i)ário II

CAÇA
Descia o Chiado. Sem destino e sem grandes esperanças, porque ainda não era a altura propícia. Descia apenas, sem preocupações... Para os gajos bons ainda era cedo.
Fui andando, olhando aqui, mirando acolá. Nada de interessante...
A noite estava óptima. Era quinta feira e tinha acabado de chegar a Lx. Afinal sempre tinha convencido a cota a orientar-me um guito. Tinha só passado pelo apartamento do Duarte, tomado um duche rápido pa tirar os vestígios da viagem e deixado lá as minhas coisas (é uma pena o Duarte andar mais virado prás gajas... mas não me há-de escapar muito tempo, com aquele corpinho de modelo!). Saí logo pá night, que um gajo não é de ferro, e nem se têm hipótese de vir pa Lisboa todas as vezes que se quer...
Mas, meu deus! visão do outro mundo!!! Nem acredito no que tou a ver! Um relance mostra-me o gajo com o corpo mais perfeito que eu alguma vez vi.
Finjo que não é nada comigo, e páro diante da montra de uma livraria, logo a seguir a ele que lá continua e (espanto!) olha descaradamente para mim!
Uso o pretexto de procurar alguém que por ali devia estar mas não está, para o olhar de novo... Não, não me enganei: ele está a olhar para mim e não se incomoda em desviar o olhar.
A segunda vez que olhei deu para apreciar melhor: um gajo maduro (nenhum puto, como os que me têm assediado), músculos perfeitamente desenvolvidos, que mostram o cuidado e gosto por se manter em boa forma: algumas horas diárias no gym... peitorais perfeitamente desenvolvidos, bem delineados pela t-shirt sem mangas que, em vez de os esconder, os realçava; braços grossos, possantes; pernas perfeitas metidas numas calças de ganga justas e, no lugar onde as pernas se encontram, um proeminente volume. O armário completo.
Já muitas vezes me senti avaliado, desejado, já fui apalpado e até perseguido por gajos que me queriam... mas esta foi a primeira vez em que me senti corar, porque fui literalmente comido com os olhos pelo gajo, no meio de uma rua de Lisboa, em pleno dia...
Afastei-me dali, a pensar: "Se for com este, esta noite, tenho o fim de semana ganho..." e continuei a descer. Fui até ao Chiado, comi qualquer coisa, e demorei-me a ver as montras. Depois, meti-me pelo Bairro Alto e o primeiro lugar onde resolvi ir foi ao Portas.
Assim que entro, apanhei um murro no estômago: junto ao balcão, acompanhado de um amigo, lá estava "ele"...
Viu-me logo que entrei. Sentei-me. Quase de seguida ele acaba a conversa com o outro indivíduo, toca-lhe no ombro, ele sai... e o Thomas dirige-se à minha mesa, sorri com um sorriso que quase me fez vir, senta-se, e simplesmente diz: "Hello! Are you alone?"
Com o coração a bombar a 100 à hora, mas com a voz mais calma do mundo, respondi: "I was, before you were here".
Saímos juntos do Portas 15 minutos mais tarde, para irmos para o hotel onde ele estava; quanto a mim, voltei a casa do Duarte no Domingo à tarde, depois de o ter ido levar ao aeroporto para regressar a Miami.

(poderá continuar...)

Dicionário (analfabético e anacrónico) III

Chat - em francês, é gato; por isso, é sinónimo de mim. Mas também pode ser alguém a quem falta qqr coisa pa ser uma ganda seca, só k n se lhe quer dizer... e por isso a gente diz-lhe: "olha, vai ao mirc ver se eu lá tou!" E depois tb há o chá das 5 que tia que é tia tem de tomar, e atão, fica a ser tb um chat; porque além de mais é mesmo chatérrimo ter lá em casa a Quiqui e a Teca e a Cocas, e não ter mai nada senão aquêla coisa k dá plo nome sei lão. Mas prontos só pa caturreira arranja-se uma coisa muita gira com uma coisa assim que parêce um tvisôr, tá a vêre, e tem assim umas têclas, e vamos todas conversar coas nossas amigas k nao pudêram sair de casa puke os maridos tão presos, o que é muita chat.

Tfone - é um instumento im-po-tan-tí-ssi-mo pa toda a gente! Ja imaginou a vida sem tfone? Quando a gente vai às compas e vê akêlas cauças spê gias e quê dizê a toda a gente spê bem k já as compou, comé k ia podê fazê se não tivêsse tfone?!... E os tôkes?!... são o máximoooo! põe-se o tfone no vibadô, e tem dupa função... O tfone? é o maió amigo das tias, das pimas, dos tôlhas e das bixas.

ppoetry

As palavras saíam da minha boca
fugiam as sombras
ficava o gosto a fel e a mel

O escuro trazia até mim
os longínquos sons de um selvagem concerto
animalesco, louco,
sem ritmo,
ofegante

Rugia o trovão
a tempestade amainava
Mas logo recomeçava
enquanto a chuva martelava
na velha estrada
...que não existia.

E o concerto seguia
...talvez uma orgia
sem riso nem tino
talvez o caminho
de algo divino
que acontecia

Mas o sonho acabou
o medo passou
e na boca ficou
o gosto adocicado
azedo e melado
do sonho passado.

E a dúvida cresceu: será que aconteceu?
não sei... não sei...

As palavras fugiram
vazias de sentido.
Um enorme alarido trouxe a realidade;
o quarto escuro,
o som da tempestade:
as árvores gritavam
súplicas de angústia...
as chuvas diziam
"Merda prá indústria
que nos polui!"

E o gosto na minha boca
cada vez mais forte
(parecia papel de música)
fez-me lançar injúrias contra a civilização;

E merda de sinuzite
que me entope o nariz
e me faz ter pesadelos todas as noites!

7.8.04

poetry

O pensamento das coisas
faz-nos chegar até elas.
O pensamento das coisas
faz-nos criar.
O pensamento das coisas
faz-nos pensar nelas.
O pensamento das coisas
faz-nos... pensar.

O pensamento das coisas
leva-nos pra longe de nós,
faz-nos chegar a tudo o que queremos,
traz-nos tudo o que desejamos;
dá-nos as coisas que pensamos.

O pensamento das coisas
faz-nos pensar nelas;
faz-nos abrir em nós portas e janelas
por onde se entra e sai,
livremente.

Oh! triste pensamento,
que não levas a lado nenhum!
És estéril, sem graça,
cansas e causas náuseas...

Pançês 3

4• Os macacos são doidos pá macacada. E não têm preconceitos, nem pruridos, nem levantam pretensas questões morais ou teorias sociais. Apetece-lhes, pimba!
E outra coisa fixe nos macacos são as orelhas.

D(i)ário I

NINGUÉM TEM 22 ANOS
Perdido neste sítio onde as pessoas como eu são maltratadas e olhadas de revés...
Enojam-me as conversas, enjoam-me as perguntas. Não quero mais nada senão ir-me embora outra vez.
Estranho tudo e todos... até a mim...
Só hoje já bati quatro punhetas. Eu! que em Bern dava a volta à cabeça a tudo quanto se mexia à minha volta; eu! que em Barcelona fazia por-se de gatas à minha frente quem quisesse, agora condenado a esta terra de merda onde o sexo é crime...
Bem que tento dar umas escapadelas até Lx, mas os cotas não largam o guito, e eu ainda não desci tão baixo que lho palme.
Apenas consegui ir a Lisboa uma vez. Fui engatado no Bairro Alto. Um estrangeiro (são os meus preferidos; os tugas são uns broncos), musculado, com um sorriso lindo. Fodemos à fartazana, até cair para o lado. Mas não é isso que me interessa.
E, afinal, que me interessa?
Apenas que me deixem em paz.
Que não me chateiem se durmo até tarde, que me deixem vestir a roupa que quero, sem me censurarem as opções das camisolas de alças e as calças Energie.
Que me deixem fazer a puta da minha vida sem estarem constantemente a perguntar pela minha namorada (como se eu fosse obrigado a ter namorada e a exibi-la como um troféu de caça)! Só por me fazerem tantas vezes a mesma pergunta — juro! — se não fosse gay, passava a ser só para ter o prazer de os ver fodidos com a resposta. Só que, aqui, ninguém é gay. E eu menos do que ninguém. Não posso ser gay. Só sou gay quando me fecho no meu quarto e ligo a internet, ou quando telefona algum dos meus amigos gay — esses sim, são verdadeiros amigos, que não se esquecem do buraco onde estou metido e me vão ligando a dar força.
Hoje o Alfred telefonou.
É o gajo mais espectacular que conheço. Nem parece alemão, que têm todos a mania que são os maiores...
Conheci-o em Geneve, numa festa. Mas foi diferente dos outros todos. Nessa noite levou-me para casa dele e nunca mais vivi noutro lugar até me vir embora da Suiça. O Alfred não quis sexo; nem deixou. A única vez que tivemos sexo foi na noite da minha despedida. E que noite!!! Não sei quantas vezes me vim. Foi a maior foda da minha vida.
Como é que vim parar da Suiça aqui? Isso também eu gostava de saber!!!... porque raio me deixei levar na conversa da cota e vir fazer a merda dos exames do 12º ano, e agora a cota não me deixa sossegado, a querer saber mais do que eu lhe quero (e posso) dizer...

(...continuará?)

Dicionário (analfabético e anacrónico) II

Coisa - aplica-se a tudo. Se a "coisa" tá má é porque não gostamos dela; se falamos na "coisa" dos pretos, pensa-se em 30 cm; mas se é na "coisa" das chinesas, ou a vêmos atravessada, ou ficamos cos olhos em bico. Mas, feitas bem as contas, ainda há tanta coisa à solta por aí!!!

Pançês 2

3• O "giro" é um juizo de valor, acerca de alguém cheio de estilo, k somos levados a fazer (ou não) conforme formos inteligentes (ou tacanhos).

Dicionário (analfabético e anacrónico) I

Pançês - do francês "pensées", pensamentos

Estranho - princípio de normalidade

6.8.04

Pançês 1

1• Os blogs são como os cús: toda a gente tem um.

2• O primeiro bloguista foi Pascal (Blaise Pascal. Born at Clermont-Ferrand, 19 June 1623; died in Paris, 19 August 1662). Só não foi na net; escrevia em papelecos as merdas todas que lhe passavam pla cabeça, pa não se esquecer delas. O gajo tinha pinta. Tou em crer que era larilas...

a razão

Hoje tava no banho e decidi fazer um blog.
Mais blogo penso nisso...